domingo, 10 de novembro de 2013

Em prol da crença


Estou para lá de atrasada, sim, eu sei. Manifestei-me através do Facebook, na época. Mas, afinal, por que não esboçar minha opinião aqui, como um arquivo? E alerto, desde já, que não venho em prol da defesa ou punição dos responsáveis pela invasão do Instituto Royal. Venho em favor da crença em um futuro diferente, sem desmerecer todo um passado.

Não defendo a depredação e nem mesmo o roubo dos animais do Instituto Royal. E tenho consciência de que o teste em animais foi e é importante para o desenvolvimento da humanidade e da ciência, de forma geral. Isso não pode ser ignorado. Vários dos remédios e procedimentos utilizados atualmente em prol da manutenção de nossa saúde fora desenvolvido a partir de pesquisas com animais.

Porém, isso não torna uma pessoa hipócrita simplesmente por não ser a favor dessa utilização.

Há alguns anos, não se era imaginável que cosméticos estariam sendo produzidos e comercializados comprovando eficácia e segurança sem antes passar por testes em animais. Entretanto, várias empresas já não utilizam mais desse meio (Esta página oferece uma lista de empresas que não testam seus produtos em animais). A Natura, em sua página, ainda expõe algumas das medidas alternativas que utiliza em substituição ao teste animal.

Atualmente, somos capazes de produzir órgãos sintéticos funcionais, que podem até mesmo ser transplantados. Por que, então, não acreditar que em futuro próximo poderemos utilizar estes órgãos em substituição à vida animal? Isso é subestimar nossa própria capacidade de superação e evolução.

Algumas vezes, tomar para si o título de "racional" pode tornar-te, também, ignorante. A mudança vem, primeiro, da crença de que ela pode acontecer.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Tão iguais e diferentes quanto eu e você


As pessoas vibram pela ascensão feminina no trabalho, lutam veemente pela causa negra, banalizam disputas por times de futebol e condenam guerras em nome de religião.

Mas o preconceito contra o homossexual continua forte e explícito.

Eu já estava pensando em fazer um debate com esse tema há algum tempo - aliás, essa postagem já estava armazenada nos rascunhos, mas resolvi mudar o seu foco.

A princípio abordava o preconceito geral contra o homossexual, mas não consegui tecer o tema da forma como eu gostaria, portanto agora pretendo de analisar o assunto em outro ponto: O casamento homossexual.

Art. 5º da Constituição Brasileira: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza.

Partindo desse princípio, parece-me que nem há tanto assim para se discutir, não é mesmo?

Mas, para aqueles que preferem não se dar por vencido, ainda posso expor uma série de argumentações.

A maioria das pessoas que tomam o partido contrário ao casamento gay se vale da ideia religiosa do pecado e impureza. Entretanto, sendo o Brasil um país laico, proibir o casamento em vista de crenças religiosas não é impedir uma união sagrada perante o Reino dos Céus, é retirar dos homossexuais uma série de direitos cabíveis a união matrimonial.

Tomo como exemplo o Art. 1570 do Código Civil Brasileiro, que diz: Se qualquer dos cônjuges estiver em lugar remoto ou não sabido, encarcerado por mais de cento e oitenta dias, interditado judicialmente ou privado, episodicamente, de consciência, em virtude de enfermidade ou acidente, o outro exercerá com exclusividade a direção da família, cabendo-lhe a administração dos bens.

Neste caso, que amparo tem um homossexual quando seu parceiro vem a falecer? A quem cabe os citados bens? Aos pais, que muitas vezes podem ter sido contra a união? São deixados a um parente distante? Ou são tomado pelo governo pela inexistência de um cônjuge ou parceiro legal?

E àqueles que desmerecem esse argumento com o mero citar do testamento, venho lembrar que esse fora apenas um exemplo. Existem vários outros que não se resolvem tão simplesmente assim, com um assinar de papel. Como o plano de saúde. Sim, você, seus pais, seus filhos e seu amado companheiro possui o acolhimento e benfeitorias disponíveis em seu plano de saúde. Agora, pergunte-se se esse direito está disponível ao 'cônjuge' homossexual.

Antes de erguermos uma bandeira contra este tipo de causa, precisamos nos lembrar que, independente do estilo de vida que leva uma pessoa, os direitos que tomamos para nós são cabíveis a todos que seguem a mesma legislação, que vivem sobre o solo da mesma pátria. E nossas leis não podem se submeter a mesquinhos preconceitos sociais ou de religião.

(Agradecimentos especiais ao meu querido aspirante à procurador, Dodo Brunelli, que me ajudou com os Artigos, Legislações, etc.)

quarta-feira, 10 de março de 2010

Guerra ao... Como é mesmo?

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Aviso!
Eu permaneço discordando das premiações, porém, como está escrito na postagem, eu ainda não assisti ao 'Guerra ao Terror', portanto pretendo reescrevê-la - mais tarde - com argumentos mais concretos e convincentes.
Obrigada pela compreensão.
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Recomecei mal, não é?
Já atrasei a postagem em três dias! =/
Enfim, vamos ao assunto.

Ah, o Oscar! Milhares de pessoas acordadas até as três horas da madrugada apenas para descobrir quais pessoas teriam seus egos um pouco mais inflados...
Foi simplesmente magnífico ver a primeira mulher a ganhar um prêmio de melhor diretor! Isso foi o foco, foi fantástico, inovador.
Mas não estamos esquecendo de nada...?

Todos esperavam que Avatar tivesse um "boom" de prêmios, mas isso não aconteceu. O mais intrigante? O prêmio de melhor filme foi entregue ao quase-desconhecido Guerra ao Terror - que por sinal foi o filme dirigido pela nossa simpática premiada.

O primeiro pensamento talvez tenha sido: "Nossa, esse filme deve ser bom mesmo!".
Claro! Para ganhar do favorito deve mesmo ser um filme excelente, mas... Que tal irmos um pouquinho mais fundo?

Avatar, cheio de efeitos especiais, cor, ação e sucesso de bilheteria, não faz questão alguma de esconder seu roteiro extremamente interessante, cujos eternos e nobres heróis norte-americanos se mostram pouco nobres e, menos ainda, heróicos.
O filme é fortemente carregado de antíteses, comparado ao que costumamos a ver, os alienígenas não invadem a Terra e tentam destruir os seres humanos por puro prazer, pelo contrário! Eles têm seu planeta invadido e são massacrados por meros interesses econômicos!

Não seria assustador se um filme desses, que ataca de tal forma o majestoso ego norte-americano, ficasse conhecido por além da bilheteria monstruosa, possuir um número enorme de premiações? É, talvez eu esteja apenas delirando.

Agora vamos analizar o "oponente": Guerra ao Terror.
Devo admitir que não assisti ao filme e, aliás, antes da entrega do Oscar eu nem sequer sabia de sua sublime existência.
Mas garanto ter feito pesquisas o suficientes e não estou simplesmente berrando achismos.

Primeiramente o filme teve lançamento em 2008, em uma pequena estréia nos Estados Unidos, chegando ao Brasil ele já estava destinado diretamente para DVD, sem brilhar nas telonas.
O filme retoma a já saturada história de guerra, onde os norte-americanos não só destroem o terrível inimigo, geralmente maldoso e anti-ético, como ainda ajuda a população do país se reeguer e mostra que, apesar da selvageria da guerra, eles possuem um bom coração. Clichê.

Clichê, porém enobrecedor, não?
Enquanto Avatar deteriorava os norte-americanos, Guerra ao Terror surgiu do nada com uma história completamente contrária!
Como perder a oportunidade de tirar o brilho de Avatar e mudar o foco das discussões que ele criou? Como classificar como melhor filme um longa-muito longa-metragem que expunha todos os defeitos dos eternos heróis, enquanto havia um outro alí na gaveta com todas as bajulações necessárias?

Bem, talvez seja uma mera coincidência, como vi muitas pessoas brandarem em sites de discussão. Mas que é, no mínimo, uma maravilhosa coincidência, isso é!

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

A volta dos que não foram.

Dois meses e 13 dias depois da última postagem, aqui estou eu.

Não, eu não desisti do blog, mas confesso que dei uma desanimada nesse meio tempo.
Parte pelos vestibulares mal sucedidos, parte pela preguiça e monotonia das férias e parte pela pouca participação dos leitores. ;/

Quando criei o blog a minha ideia era ativar mais a minha mente para os assuntos exteriores, já que tenho grande dificuldade em passar muito tempo assistindo à TV... Gostaria de expressar minha opinião e ter retorno.

Adoro quando recebo comentários que contradizem a minha opinião, gosto de discutir, conversar, gosto de descobrir uma outra forma de enxergar as coisas, algumas vezes muito mais sensatas do que a forma como eu as via.

E, é claro, não há nada melhor do que receber comentários positivos, ver que existem pessoas que pensem da mesma forma! É um prazer único.

Então, agora, voltando a ativa, tenho algumas observações a fazer.
Para tentar manter uma ordem e para testar minha própria responsabilidade, as postagens serão feitas domingo sim, domingo não, dando assim até mesmo um espaço de tempo melhor para que elas sejam devidamente lidas.

E faço um único pedido, por favor, acompanhe - e comente! - o blog dessa pobre alma egoísta e cheia de ideias lunáticas, faça com que isso aconteça!

Obrigada e até dia 7!

domingo, 13 de dezembro de 2009

Vegetal de Saia


Nas sábias palavras d’O Pensador, Gabriel: “A dignidade tá em baixa, você só rebola, só rebola, só rebola e se rebaixa”, e muito bem apontado na voz de Elias d’Os Seminovos: “Mulher não é melancia, mulher não é samambaia, mulher não é um vegetal de saia”, a Mulher-Objeto é, sem dúvidas, um ótimo tema a se retratar.

Estão por todas as partes e, sem dúvidas, são muito aclamadas.
Peitos durinhos e siliconados, coxas grossas e uma traseira turbinada. Podemos partir da Mulher-Melancia e passar pela Jaca, Morango, Melão e Samambaia. Uma coleção e tanto. Muito corpo e pouco conteúdo.

Ah, como é bom ver um rebolado sexy na TV!
Os homens aplaudem, a mulheres imitam. E a dignidade, onde foi parar?
O que restou de toda aquela luta pelo respeito?
As próprias mulheres se rebaixam a cenas como essas em troca de dez minutos de fama (ou cinco, quatro, meros segundos...).

Sabe, muitos os homens devem encher o peito para dizer “Peguei uma gostosa”, mas muitos outros tem o orgulho de apresentar sua esposa respeitável. Não, não uma super-dona-de-casa, nem uma super-mãe. Uma grande mulher.
Uma grande jornalista, professora, médica, engenheira, desenhista, historiadora, matemática, advogada, e segue-se a lista.

Um corpo sarado e definido sempre é uma boa pedida, mas uma mente saudável é, sem dúvidas, mais apreciável.

Lembre-se, é peito, bunda e conteúdo, que fazem um bom conjunto.


Eu indico, além de um ótimo som, uma ótima letra.

Vegetal de Saia – Os Seminovos.


Nádegas a Declarar – Gabriel, o Pensador.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Alfaces são amigas, não comida!

Ai, ai, vestibular... Me atrasou mais de uma semana com a postagem.
Antes de tudo, obrigada pelos comentários, adoro! Opinião sincera é o que há ;D
Enfim, vamos para o assunto dessa semana.

Eu, como todas as pessoas, dando voz ao meu lado fútil, estava vagando pelas comunidades do Orkut, quando me deparei com algo que definitivamente alimenta essa tal futilidade: barraco.
O tema? Vegetarianismo.

Devo admitir que eu me deleito com esse tipo de discussão, e tenho um ponto de vista bastante definido sobre o assunto. Mas o que eu quero não é discorrer sobre o que é mais correto, comer vaquinhas ou pratos de salada, e sim questionar os argumentos desses dois grupos.

A discussão se deu em uma comunidade cujo tema é maltrato aos animais e o tópico foi iniciado por um rapaz que perguntava sobre os animais sacrificados na alimentação e foi rapidamente questionado por outro que perguntava sobre àqueles sacrificados no processo da produção de vegetais.

Encontrei comentários inteligentes, mas a grande maioria era respondida por pessoas que não os lia, que usavam apenas sempre o mesmo grandioso argumento: "eu como carne/planta há 25.462 anos e sou feliz assim". Fora as críticas e ofensas infundadas, os ataques ao modo de vida de cada um.

Aos que defendem os animais e não abre mão de uma boa picanha, eu pergunto: Você sabe a origem dessa carne? Você sabe como ocorre o processo de sacrifício desses animais? Não podemos simplesmente fechar os olhos e fingir que todos os centros de abate são devidamente orientados, que o gado é bem tratado e que a morte é rápida. Apesar de existirem centros que seguem toda essa descrição, obviamente não é isso que ocorre em todos os lugares.

Aos vegetarianos que vêem sua opção como a única certa e divina: "Vacas são amigas e não comida" realmente não é um argumento, e vocês devem saber disso, certo? Você não pode negar a morte de animais no processo de produção de vegetais (como já foi citado). Você não tem o menor escrúpulo para dizer que parar de comer carne é a opção mais sadia, pois você não está colaborando para a chacina de centenas de animais.
Por acaso você já parou um segundo para observar que a sua casa está posicionada no antigo habitat de um animal? Que nem todas as suas roupas e sapatos são de tecido sintético? Que o seu luxuoso carro libera gás carbônico e que isso também afeta as vaquinhas? Pois é, amigo, sua opção não é tão certa e divina assim.

E, o mais importante, independente de seu filé ou de sua alface, as pessoas a sua volta não tem absolutamente nada a ver com isso, portanto, não tentem convencê-las. Quer falar sobre o assunto, quer discutir o tema? Certo! Mas sem ladainhas de "somos mais evoluídos".

Apenas uma última observação sobre uma das várias coisas que li, ao pesquisar esse tema...
Eu não comeria meu cachorro, assim como um indiano não comeria sua vaca, mas isso não quer dizer que não são comíveis, sabe?

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Suicídio Indiscreto


Um dia desses, eis que eu estava alegremente sentada em minha carteirinha universitária nada incomoda, aguardando meu querido vizinho de acento, quando ele não chegou.
E passou-se uma longa e muitíssimo interessante aula de 50 minutos, para só então ele mostrar sua ilustre presença.
Quando perguntei o motivo de seu atraso ele me respondeu: "Alguém se suicidou na Barra Funda, estava tudo parado".

E aqui começa minha discussão.
90% da população, em algum momento de sua doce e confortável vida, já pensou que seria muito mais prático jogar tudo pelos ares, mandar tudo para [insira um palavrão de sua preferência] e destruir a própria existência. Fato.

E quem somos nós para julgar?
Quem somos nós para dizer quais motivos são bons ou não para alguém se matar?
(Quem somos nós para criticar a dor alheia?)

Mas eu preciso fazer esse comentário.
Custa cortar os pulsos trancado dentro do próprio banheiro ao invés de atrapalhar a vida de um milhão de pessoas?

Claro, quem não quer morrer com muito glamour e purpurina?
Toda a rede televisiva falando semanas a fio sobre a sua morte espetacular.
Mas, pra que isso?

Outro fato que me indignou foi o de um homem, um pai, que entrou na casa da ex-mulher, jogou o filho do telhado e depois pulou.
Se você quer morrer, qual a necessidade de destruir a vida de outras pessoas no processo?

Enfim, talvez tenha parecido meio exagerado e fortemente emotivo, mas não consegui trabalhar esse assunto de uma forma mais sutil...
Obrigada por acompanharem!